A constituição do sistema sócio, político e econômico na história da humanidade, em sua maioria com o plano de fundo judaico, cristão e ocidental, se concebeu a partir de uma organização patriarcal da sociedade, onde famílias se formavam por casais de sexo oposto, e eram rigidamente pautados pelos esteriótipos sociais do ‘ser homem’ e do ‘ser mulher’. As teorias sobre a sexualidade humana ao longo dos séculos foram construindo uma nova forma de analisar esse ‘ser’, o sentir-se, identificar-se com o que nos molda fisicamente, as genitálias, sendo elas determinantes historicamente de normas comportamentais.
No que diz respeito à identidades transexuais, já em 1901 sendo estudada pelo pai da psicanálise, Sigmund Freud, em Três ensaios sobre a teoria da sexualidade, análise fragmentária de uma histeria (“o caso Dora”) e outros textos, se põe à prova as regras e normas do sistema social, pontuando outras possibilidades de entendimento da mesma.
Freud usa como uma das chaves para a continuidade de seus estudos sobre sexualidade, suas conclusões sobre o que seria o desejo sexual, analisando-o como uma pulsão relativa à fome. Utiliza desse pressuposto para entender a natureza de um indivíduo cujo ensinamento dado foi contrário à sua pulsão sexual. Freud afirma que o interesse da libído não tem uma determinada conduta, e que dependendo do caso, pode ir e vir e de diferentes formas. Possibilitou também o entendimento de que a rebelião do indivíduo contra si, não muda os fatos, e que nesse caso, a pulsão se daria como uma compulsão.
A socióloga e escritora Berenice Bento em A reinvenção do corpo: sexualidade e gênero na experiência transexual (2006) afirma que são atos corporais, estéticos e linguísticos que sustentam a idéia de gênero, e problematiza a vinculação que se faz referente a gênero, sexualidade e subjetividade.
Ela reitera que os conflitos com o corpo estão mais presentes na infância, quando as normas de vestimenta e comportamento são mais impostas, a “estética dos gêneros”.
“Há uma amarração, uma costura, ditada pelas normas, no sentido de que o corpo reflete o sexo, e o gênero só pode ser entendido, só adquire vida, quando referido a essa relação” […] “Não existe corpo livre de investimentos discursivos, in natura. O corpo já nasce maculado pela cultura”.
A auto identificação vai além do contexto de feminilidade e masculinidade, e sim de barreiras e limites que se concedem aos genitais.
Na experiência transexual o corpo que forma o indivíduo não lhe serve para atribuir sentido.
Entendo um pouco mais sobre a sexualidade, por que será que hoje no Brasil a expectativa de vida de uma pessoa transexual, travesti ou transgênera é de 35 anos em comparação com a média de 75 anos para pessoas cisgênero? Por que será que 72% não possuem o ensino médio e 56% não possuem nem mesmo o ensino fundamental? Dados retirados da Associação Nacional de Travestis e Transexuais.
“Nossa maior perversão é a de acreditar que possuímos a chave da verdade” Joyce Mcdougall.
Dicas de conteúdo para saber mais ainda:
Por Agente Cidadão em 26/10/2012
Obrigada à todos os doadores.
Por Agente Cidadão em 24/10/2012
Nossos agradecimentos a Patty Sanchez, que doou edredons, toalhas e brinquedos, comprou para doar!! E fará famílias mais felizes!! MUITO OBRIGADA!
Por agentecidadao em 22/09/2010
Festa de comemoração
Por agentecidadao em 22/09/2010
natal 2009